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quinta-feira, 19 de março de 2015

Do Sábado – Shabbat – Para o Domingo

A Enciclopédia Católica acrescenta:
“A  igreja,  por  sua  vez,  depois  de  mudar  o  dia  de descanso do sábado judeu, ou o sétimo dia da semana, para o primeiro, fez o terceiro mandamento se referir ao domingo como o dia de guarda a ser observado como dia do Senhor”.


Sábado X Domingo

Em Daniel 7, existe uma descrição de um poder que se levantaria nos primeiros séculos da era cristã. Ele uniria a igreja e  o  estado.  Este poder usurparia  a  autoridade  de Deus. Alegaria ter poder para mudar a Lei de Deus. O livro de Apocalipse prediz que Satanás tentaria enganar a igreja
Cristã: “O dragão foi lançado fora. Ele é a antiga serpente chamada  Diabo  ou  Satanás,  que  engana  o  mundo  todo” (Ap 12.9a).

Obediência a Deus
Ao  ler Apocalipse  1.10,  vemos  que  o  Senhor  tem um  dia.  Lucas  6.5  diz  que  o  Filho  do  Homem  é  Senhor do  Shabbath.  Então,  quem  mudou  o  dia  do  Senhor  para o  domingo?  O  próprio  Deus  diz: “Eu,  o  Senhor  não mudo” (Malaquias  3.6)  e “Jesus  é  o  mesmo,  ontem,  hoje e  para  sempre” (Hebreus  13.8). Vemos,  com  isto,  que  os ensinamentos de Jesus são eternos e, certamente, Ele não se colocaria contra as Leis de seu Pai, tampouco daria a seus discípulos autoridade para fazê-lo. Pedro diz às autoridades romanas: “É  preciso  obedecer  antes  a  Deus  do  que  aos homens”(Atos 5.29).
Lendo  Daniel  7.2-3,  temos:  “Em  minha  visão  à noite, eu vi os quatro ventos do céu agitando o grande mar. Quatro grandes animais, diferentes uns dos outros, subindo do mar”. Estes quatro grandes animais são quatro reinos que se levantarão na terra (verso 17) e o quarto animal é um reino que aparecerá na terra (verso 23). Em Daniel 2, Nabucodonosor, rei de Babilônia, sonhou com uma grande estátua,  que  representava  os  poderes  mundiais,  Babilônia, Média-Pérsia, Grécia e Roma.

O  quarto  império  representa  o  Império  Romano.

Esse período nos leva ao tempo de Cristo. A Bíblia descreve o colapso desse império de forma clara através do símbolo dos pés da imagem e dos dez chifres do quarto animal. Roma foi dividida em dez territórios principais. As tribos bárbaras varreram o império, saquearam e levaram espólios, destruindo vilas e ocupando cidades. O Império Romano foi dividido. As tribos bárbaras o seccionaram em pequenos reinos. Os anglo-saxões se estabeleceram na Inglaterra. Os francos, no território da França. Os germânicos, na região da Alemanha. E  outras  tribos  do  norte  se  espalharam  pelo  império, dividindo o território mais ou menos da forma como é hoje. Em  seguida,  Deus  revela  como  a  apostasia  se infiltraria  na  igreja  no  tempo  em  que  o  Império  Romano estava sendo devastado pelas tribos bárbaras do norte.
A profecia em Daniel 7 revela claramente o conflito em torno da adoração e mostra, de forma precisa, como o Shabbat foi mudado. Algo surpreendente ocorreu entre dos dez chifres. “Enquanto eu considerava os chifres, vi outro chifre, pequeno, que surgiu entre eles; e três dos primeiros chifres foram arrancados para dar lugar a ele. Esse chifre possuía olhos como os olhos de um homem e uma boca que falava com arrogância”(Daniel 7.8).

Analisando o pequeno chifre

Em primeiro lugar

Ele surge no meio  dos  dez primeiros.  Se  os  dez  chifres  são  as  divisões  de  Roma,  o chifre pequeno necessariamente surge na Europa ocidental.

Em segundo lugar
Ele surge depois dos dez chifres. Surge após o Império Romano e a partir de Roma.

Em terceiro lugar
Ele possui olhos, que representam a sabedoria humana.

Em  quarto  lugar
Ele  seria  diferente  dos  outros reinos. Aqui, não se trata de um poder político em primeira instância, mas sim, um poder político religioso, que tentaria mudar a própria Lei de Deus. “Ele falará contra o Altíssimo, oprimirá  os  seus  santos  e  tentará  mudar  os  tempos  e  as leis” (Verso 25). Aqui diz que ele tentará mudar, não que ele conseguiria. Mas esse poder pensaria possuir tal poder. Na  tentativa  de  agradar  os  pagãos  que  estavam entrando  na  igreja  em  grande  quantidade  e  de  tornar  o cristianismo mais aceitável ao império, esse poder romano procurou modificar a lei de Deus. A mudança do Shabbat ocorreu  de  forma  gradual,  durante  um  longo  período no  tempo.  Ela  resultou  de  uma  série  de  fatores  sociais  e religiosos.

O primeiro dia da semana foi mudado pelos pagãos para domingo, pois era o dia no qual eles adoraram o Sol. A adoração ao Sol era comum no Egito, Babilônia, Pérsia e Roma.
No quarto século, o imperador romano Constantino também era influenciado pela adoração do Sol. Ele desejava unir  seu  império.  Como  poderia  conseguir  tal  façanha? Constantino promulgou um decreto para promover um dia comum  de  descanso  em  toda  a  extensão  do  império.  Sua intenção clara era promover a união entre pagãos e cristãos em seu reino.
O  decreto  do  imperador  data  de  321  d.C.  Ele ordena “Que os juízes e o povo das cidades, bem como os comerciantes, repousem no venerável dia do Sol”, que era o domingo. Na tentativa de cristianizar os pagãos, igreja e império se uniram. A  declaração  a  seguir  foi  publicada  em  março de 1894 por The Catholic World: “O Sol era o deus mais importante entre os pagãos. [...] Existe, de fato, algo real no Sol que faz dele uma representação adequada de Jesus, o Sol da Justiça. Portanto, a igreja desses países parece ter dito: Mantenhamos  o  velho  nome  pagão.  Ele  deve  permanecer consagrado, santificado. E assim o domingo pagão, dedicado a Balder, se tornou o domingo cristão, consagrado a Jesus”.Como  a  Igreja  romana  queria  se  distanciar  do judaísmo, pois havia um sentimento antissemita no Império Romano, isto contribuiu para a mudança do Shabbat para o domingo. O cânon 29 do Concílio de Laodiceia reconfirmava a guarda do domingo e anatematizava a guarda do Shabbat. Através deste decreto, o concílio da igreja estava proibindo os  cristãos  de  descansar  durante  o  Shabbath  e  deveriam trabalhar neste dia.
Daniel 7.25 nos diz que um poder vindo de Roma tentaria mudar a lei do Senhor. Há fontes católicas romanas que  reconhecem  a  igreja  como  responsável  pela  mudança do sábado. O periódico The Catholic Mirrior afirmou, em sua edição de 23 de setembro de 1893, que: “A Igreja Católica, mais de mil anos antes da existência do protestantismo, em virtude de sua divina missão, mudou o dia de sábado para o domingo”.

A Enciclopédia Católica acrescenta:
“A  igreja,  por  sua  vez,  depois  de  mudar  o  dia  de descanso do sábado judeu, ou o sétimo dia da semana, para o primeiro, fez o terceiro mandamento se referir ao domingo como o dia de guarda a ser observado como dia do Senhor”.

A  Igreja  Católica  de  Santa  Catarina,  em Algonac, Michiga, publicou em seu boletim de 21 de maio de 1995: “Talvez a decisão mais ousada e mais revolucionária tomada  pela  igreja  tenha  acontecido  durante  o  1°  século.
O dia santo, o sábado, foi transferido do sétimo dia para o domingo. [...] Não por qualquer direcionamento encontrado nas Escrituras, mas pelo senso da igreja de seu próprio poder”. O cardeal James Gibbons foi um dos mais importantes teólogos católicos do século 19. 
No livro The Faith of our Father, ele declarou: 
“Você pode ler a Bíblia do Gênesis ao Apocalipse e não encontrará uma única linha autorizando a santificação do domingo. As Escrituras defendem a observância religiosa do sábado”.

Refutação a teólogos

Certos  teólogos  afirmam  que  muitas  passagens mostram que o mandamento para guardar o sábado foi dado somente aos judeus. Êxodo  31.12-18  diz  que  Moisés  e  todo  o  povo  de Israel deveriam guardar o Shabbath do Senhor, porque era um sinal entre Deus e Seu povo. O mesmo é dito em Deuteronômio 5.1-3,12 que diz para o povo guardar o Shabbath e o santificar. Segundo Álvaro, a aliança que incluía o dia do Shabbath foi exclusivamente feita com os israelitas e com ninguém mais.Eles  dizem  que,  às  vezes  os  adventistas  mostram que Deus descansou no sétimo dia da criação (Gênesis 2:1-3). E daí, deduzem que aos homens foi ordenado guardar o Shabbat desde o tempo da criação. Mas nenhuma passagem afirma isso. De fato, a primeira vez que lemos sobre homens guardando o Shabbath, ou um mandamento para os homens guardarem o Shabbath, é em Êxodo 16, depois que Moisés tinha  guiado  os  israelitas  para  fora  do  Egito.  Gênesis  2 mostra que Deus descansou no sétimo dia, mas não ordena que os homens guardem o sétimo dia.
Ao  ler  o  texto  de  Gênesis  2,  temos: “E  abençoou Deus o dia sétimo e o santificou”. Até este momento, não diz que o dia sétimo é o Shabbat e nem o dia do Senhor. Mas ao ler Êxodo 16.26, Moisés diz que o sétimo dia é o Shabbat e, antes desta narração, Moisés instrui o povo ao que deveria fazer antes deste dia. Nos versos 21 a 24 o povo é instruído a colher no sexto dia uma medida equivalente a um dia. E no Shabbat não o encontrariam no campo, pois este dia era do Senhor.

Segundo Álvaro, o Novo Testamento mostra que os cristãos não estão mais sob a obrigação de guardar a lei do Velho Testamento. Dentro deste conceito, estamos livres de todas as regras, normas e preceitos dados por Deus para o homem. Toda a lei foi entregue a Moisés para um povo e este povo teria de servir de exemplo para os outros povos. Jesus baseou todo o seu ministério nas leis do Antigo Testamento, pois o Novo Testamento estava nascendo com Cristo. Observando  o  evangelho  de  Lucas,  podemos  ver como ele trata a questão de Jesus e a Lei. Lucas 5.14, mostra Jesus dizendo ao leproso curado para cumprir os preceitos de Moisés para a purificação, servindo, assim, de testemunho para o povo. Em 10.25-28, um jovem pergunta a Jesus o que deve fazer para herdar a vida eterna e Jesus responde com uma confirmação da Lei (Deuteronômio 6.5). Em 11.42, os fariseus deveriam dar o dízimo da hortelã, arruda e hortaliças, sem negligenciar a justiça e o amor de Deus. Uma coisa não exclui a outra. Em 16.17,18 parece declarar explicitamente que nem mesmo o menor traço de escrita pode ser removido da lei; essa afirmação é confirmada pela intensificação de preceito sobre o casamento. Em 16.29, é dito ao homem rico que seus irmãos têm Moisés (Pentateuco) e os profetas (ditos maiores e menores). Fica implícito que os ensinamentos da lei acerca do uso correto das riquezas são claramente visíveis e permanentemente válidos. Em 18.18-21, um homem rico pergunta o que deve fazer para herdar a vida eterna e Jesus responde com uma declaração da lei.

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