Jesus foi realmente crucificado ao lado de dois bandidos? A condenação de morte para os judeus era a morte de cruz?
Introdução
O que será abordado neste trabalho é um
pouco sobre os Zelotes e o fato de Jesus ter sido
crucificado entre dois bandidos. Jesus foi realmente crucificado ao lado de dois
bandidos? A condenação de morte para os judeus era a morte de cruz?
Levanto esta questão pelo fato de a Bíblia
nos omitir uma série de dados como: que crimes teriam cometidos os criminosos
crucificados ao lado de Jesus? Por que escolheram a crucificação para Jesus,
sendo ele judeu?
Primeiramente vamos compreender como era a condenação de morte
para um judeu. Ao que podemos observar nas Escrituras, o apedrejamento era uma
condenação de cunho religioso e não político.
As acusações para as pessoas condenadas a
morte são as seguintes:
1°. O que der seu filho em
sacrifício a Moloque, Lv 20.2;
2°. O homem ou mulher que for
mago ou feiticeiro, Lv 20. 27;
3°. O que blasfemar do nome do
Senhor Lv 24.16;
4°. O que incentivar uma pessoa
a adorar outro deus que não o Senhor, Dt 13.6-10.
Sendo Jesus judeu não deveria ter sido
condenado como judeu?
Logicamente se Jesus
tivesse cometido um crime religioso, teria sido julgado como judeu, mas como
cometeu um crime previsto nas leis romanas e, portanto, um crime
político, foi julgado segundo as leis romanas.
A Judéia estava sob controle romano.
Quando o crime era de natureza religiosa, a competência para o julgamento era
das autoridades judaicas. Se o crime fosse de natureza política, somente
autoridades romanas poderiam julgar o caso. Se
Jesus fosse julgado segundo as leis judaicas, despertaria uma inconsolável
revolta na população. Era preciso depositar sobre Roma o peso de sua condenação
porque assim não haveria uma reação. Mas, como Roma condenaria Jesus se somente
agia em casos de crimes políticos?
Através da imputação de um crime político:
a sonegação de impostos.
"Jesus foi preso como agitador, ou
alguém que poderia tornar-se o motivo de uma agitação política", concluiu
Maurice Goguel em seu livro "O Processo de Jesus". "Jesus foi
açoitado como um rebelde e depois o crucificaram como traidor a César",
sentenciou Josef Pickl no mesmo livro.
"Os evangelhos deixaram
bem claro que Jesus foi executado sob a acusação de crime político. As
autoridades temiam seu poder político. Ele foi aclamado ´Rei dos Judeus´. Nunca
negou o título, que carregou com nobreza até o fim. Não apenas tinha zelo
fervoroso de um zelote, mas foi crucificado como um zelote",
afirma William Reuben Farmer.
Haviam quatro grupo de judeus: os
fariseus, saduceus, os essênios e os zelotes. Estes últimos por sua vez
eram um grupo de ante-romanos. Queriam retorno das leis de Moisés e a conquista
da independência nacional pela expulsão dos romanos.
Foram os zelotes quem
conduziram o povo ao levante contra os romanos, o que provocou a Guerra judia
(anos 66-70), que terminou com a destruição de Jerusalém e do templo por obra
de Tito Flávio. Nos evangelhos eles não são nomeados, embora há um dos doze,
Simão, seja dado o apelido de Zelote (. Lc
6,15). Zelote ou
"fervoroso". Os Zelotes desprezavam e odiavam os romanos, preferiam
morrer a servir aos romanos. Conservavam a esperança de que um messias surgiria
do meio dos judeus e os libertaria em uma guerra vitoriosa contra os romanos e
seus reis e sumo sacerdotes. Esperavam a manifestação em Israel de um Sumo
Sacerdote, o Messias de Aarão e o rei de Israel da linhagem de Davi. Segundo os
evangelhos, Jesus pelo lado paterno pertencia à Casa de Davi e pelo lado
materno descendia de Aarão, o sumo sacerdote. Mt 1.1-16; Lc 1.5-36 e 2.4.
Segundo eles, os sacerdotes e os demais líderes
religiosos estavam preocupados demais com o poder e não faziam nada para
libertar a terra prometida da dominação dos romanos.
Os zelotes defendiam a
guerra santa e pretendiam alcançar a libertação da Palestina através da
violência. A luta deles visava combater os impostos que esmagava o povo, a
idolatria do Imperador romano que exigia ser adorado como um Deus, e a má
distribuição da terra. A terra, na opinião do movimento, era propriedade de
Javé e os romanos não tinham o direito de ocupá-la e exigir imposto dos
camponeses.
Apesar de lutar pela justiça, os zelotes também
tinham um forte preconceito em relação aos pobres. Como os fariseus e os
saduceus, achavam que os pobres não tinham condições de seguir a Lei e que não
eram úteis na luta de libertação.
Os saduceus eram os "ritualistas", os
fariseus os "legalistas" e os zelotes os "revolucionários".
Teria sido Jesus considerado um zelote?
Há quem pense que Barrabás também se
chamava Jesus, porque, em alguns manuscritos, aparece assim a interrogação de
Pilatos à multidão:
- Quem quereis que vos solte?
Jesus Barrabás ou Jesus a quem chamam o Messias?
Assim a dramática força da escolha
oferecida ao povo é muito maior por causa da identidade do nome dos
prisioneiros.
Isto foi observado no século III pelo
escritor bíblico bem conhecido, chamado Orígenes. Barrabás pertencia, quase por
certo, aos Zelotes e era membro dos Sicários ou
sicarii, (do latim sicarius). Também chamados de "Homens da
adaga" é um termo aplicado, nas décadas imediatamente precedentes à
destruição de Jerusalém, utilizavam adagas curtas, ou sicae. Os guerrilheiros que
pretendiam expulsar a ocupação Romana e usavam de muita violência.
Por outro lado Jesus, nos seus
ensinamentos era pela não-resistência e aparecia no tribunal como defensor do
poder. Nesta situação era normal que o povo pedisse a libertação de Barrabás e
a condenação de Jesus.
Lemos em Lucas 23.33 que Jesus foi
crucificado ao lado de dois criminosos, segundo a NVI, segundo a RC e na RA e
na TB, Jesus foi crucificado ao lado de dois malfeitores. Do grego, esta
palavra é traduzida como ladrões ou malfeitores, em grego é lestai cuja tradução, no sentido estrito
é salteadores, era o nome dos Zelotes - Guerreiros libertários da
Judéia dedicados a livrar sua terra natal da ocupação romana. Os romanos os
consideravam terroristas. Se preocupavam com a legitimidade dos sacerdotes que
serviriam no Templo de Salomão. Preocupavam-se também com o sumo sacerdote, que
na época, era indicado pelos governantes herodianos.
A inegável implicação da colocação de
Jesus entre dois condenados zelotes em Gólgota é que, para as
autoridades romanas, Jesus também era um zelote, como o era Barrabas, o
prisioneiro libertado por Pilatos graças ao que é descrito como uma anistia de
data festiva. O prisioneiro é chamado em grego de Lester. Ao que tudo indica, Jesus estava cercado por Zelotes. Jo
18.40; Lc 6.15.
Jesus foi mandado para a cruz na condição
de líder dos zelotes e esta sugestão ganha força quando nos lembramos do fato
ocorrido antes da prisão de Jesus no Jardim do Getsêmani. Onde Jesus diz para
os discípulos se armarem. Lc 22.36-38.
Vemos no relato bíblico que após a
condenação de Jesus Pilatos lava as mãos. Mas não retira a placa pregada na
cruz que estava escrita: "Jesus Rei dos Judeus". Revela-nos que ele
não lava as mãos quanto às leis romanas, que era muito específica quanto as
condenações políticas e que estava a par da situação.
Algo ocorreu no mundo após aquele dia.
A história Se dividiu.
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ResponderExcluirJC., é uma compilação dos jesuses existente naquele período , independente , de antes , ou depois da era cristã , tendo um , chamado de O nazareno , que dizem ter sido apedrejado , mas o mesmo ,também é dito por pesquisadores , que conduziu os seus seguidores , a uma tentativa de revolta contra Roma , e sendo pregado na estaca de tortura ...