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quinta-feira, 19 de março de 2015

Jesus o Cristo era um zelote?


Jesus foi realmente crucificado ao lado de dois bandidos? A condenação de morte para os judeus era a morte de cruz?


Introdução
O que será abordado neste trabalho é um pouco sobre os Zelotes e o fato de Jesus ter sido crucificado entre dois bandidos. Jesus foi realmente crucificado ao lado de dois bandidos? A condenação de morte para os judeus era a morte de cruz?
Levanto esta questão pelo fato de a Bíblia nos omitir uma série de dados como: que crimes teriam cometidos os criminosos crucificados ao lado de Jesus? Por que escolheram a crucificação para Jesus, sendo ele judeu?
Primeiramente vamos  compreender como era a condenação de morte para um judeu. Ao que podemos observar nas Escrituras, o apedrejamento era uma condenação de cunho religioso e não político.
As acusações para as pessoas condenadas a morte são as seguintes:
1°. O que der seu filho em sacrifício a Moloque, Lv 20.2;
2°. O homem ou mulher que for mago ou feiticeiro, Lv 20. 27;
3°. O que blasfemar do nome do Senhor Lv 24.16;
4°. O que incentivar uma pessoa a adorar outro deus que não o Senhor, Dt 13.6-10.
Sendo Jesus judeu não deveria ter sido condenado como judeu?
Logicamente se Jesus tivesse cometido um crime religioso, teria sido julgado como judeu, mas como cometeu um crime previsto nas leis romanas e, portanto, um crime político, foi julgado segundo as leis romanas.
A Judéia estava sob controle romano. Quando o crime era de natureza religiosa, a competência para o julgamento era das autoridades judaicas. Se o crime fosse de natureza política, somente autoridades romanas poderiam julgar o caso. Se Jesus fosse julgado segundo as leis judaicas, despertaria uma inconsolável revolta na população. Era preciso depositar sobre Roma o peso de sua condenação porque assim não haveria uma reação. Mas, como Roma condenaria Jesus se somente agia em casos de crimes políticos?
Através da imputação de um crime político: a sonegação de impostos.
"Jesus foi preso como agitador, ou alguém que poderia tornar-se o motivo de uma agitação política", concluiu Maurice Goguel em seu livro "O Processo de Jesus". "Jesus foi açoitado como um rebelde e depois o crucificaram como traidor a César", sentenciou Josef Pickl no mesmo livro.
"Os evangelhos deixaram bem claro que Jesus foi executado sob a acusação de crime político. As autoridades temiam seu poder político. Ele foi aclamado ´Rei dos Judeus´. Nunca negou o título, que carregou com nobreza até o fim. Não apenas tinha zelo fervoroso de um zelote, mas foi crucificado como um zelote",
afirma William Reuben Farmer.
Haviam quatro grupo de judeus: os fariseus, saduceus, os essênios e os zelotes. Estes últimos por sua vez eram um grupo de ante-romanos. Queriam retorno das leis de Moisés e a conquista da independência nacional pela expulsão dos romanos.
Foram os zelotes quem conduziram o povo ao levante contra os romanos, o que provocou a Guerra judia (anos 66-70), que terminou com a destruição de Jerusalém e do templo por obra de Tito Flávio. Nos evangelhos eles não são nomeados, embora há um dos doze, Simão, seja dado o apelido de Zelote (. Lc 6,15). Zelote ou "fervoroso". Os Zelotes desprezavam e odiavam os romanos, preferiam morrer a servir aos romanos. Conservavam a esperança de que um messias surgiria do meio dos judeus e os libertaria em uma guerra vitoriosa contra os romanos e seus reis e sumo sacerdotes. Esperavam a manifestação em Israel de um Sumo Sacerdote, o Messias de Aarão e o rei de Israel da linhagem de Davi. Segundo os evangelhos, Jesus pelo lado paterno pertencia à Casa de Davi e pelo lado materno descendia de Aarão, o sumo sacerdote. Mt 1.1-16; Lc 1.5-36 e 2.4.
Segundo eles, os sacerdotes e os demais líderes religiosos estavam preocupados demais com o poder e não faziam nada para libertar a terra prometida da dominação dos romanos.
Os zelotes defendiam a guerra santa e pretendiam alcançar a libertação da Palestina através da violência. A luta deles visava combater os impostos que esmagava o povo, a idolatria do Imperador romano que exigia ser adorado como um Deus, e a má distribuição da terra. A terra, na opinião do movimento, era propriedade de Javé e os romanos não tinham o direito de ocupá-la e exigir imposto dos camponeses.
Apesar de lutar pela justiça, os zelotes também tinham um forte preconceito em relação aos pobres. Como os fariseus e os saduceus, achavam que os pobres não tinham condições de seguir a Lei e que não eram úteis na luta de libertação.
Os saduceus eram os "ritualistas", os fariseus os "legalistas" e os zelotes os "revolucionários".
Teria sido Jesus considerado um zelote?
Há quem pense que Barrabás também se chamava Jesus, porque, em alguns manuscritos, aparece assim a interrogação de Pilatos à multidão:
- Quem quereis que vos solte? Jesus Barrabás ou Jesus a quem chamam o Messias?
Assim a dramática força da escolha oferecida ao povo é muito maior por causa da identidade do nome dos prisioneiros.
Isto foi observado no século III pelo escritor bíblico bem conhecido, chamado Orígenes. Barrabás pertencia, quase por certo, aos Zelotes e era membro dos Sicários ou sicarii, (do latim sicarius). Também chamados de "Homens da adaga" é um termo aplicado, nas décadas imediatamente precedentes à destruição de Jerusalém, utilizavam adagas curtas, ou sicae. Os guerrilheiros que pretendiam expulsar a ocupação Romana e usavam de muita violência.
Por outro lado Jesus, nos seus ensinamentos era pela não-resistência e aparecia no tribunal como defensor do poder. Nesta situação era normal que o povo pedisse a libertação de Barrabás e a condenação de Jesus.
Lemos em Lucas 23.33 que Jesus foi crucificado ao lado de dois criminosos, segundo a NVI, segundo a RC e na RA e na TB, Jesus foi crucificado ao lado de dois malfeitores. Do grego, esta palavra é traduzida como ladrões ou malfeitores, em grego é lestai cuja tradução, no sentido estrito é salteadores, era o nome dos Zelotes - Guerreiros libertários da Judéia dedicados a livrar sua terra natal da ocupação romana. Os romanos os consideravam terroristas. Se preocupavam com a legitimidade dos sacerdotes que serviriam no Templo de Salomão. Preocupavam-se também com o sumo sacerdote, que na época, era indicado pelos governantes herodianos.
A inegável implicação da colocação de Jesus entre dois condenados zelotes em Gólgota é que, para as autoridades romanas, Jesus também era um zelote, como o era Barrabas, o prisioneiro libertado por Pilatos graças ao que é descrito como uma anistia de data festiva. O prisioneiro é chamado em grego de Lester. Ao que tudo indica, Jesus estava cercado por Zelotes. Jo 18.40; Lc 6.15.
Jesus foi mandado para a cruz na condição de líder dos zelotes e esta sugestão ganha força quando nos lembramos do fato ocorrido antes da prisão de Jesus no Jardim do Getsêmani. Onde Jesus diz para os discípulos se armarem. Lc 22.36-38.
Vemos no relato bíblico que após a condenação de Jesus Pilatos lava as mãos. Mas não retira a placa pregada na cruz que estava escrita: "Jesus Rei dos Judeus". Revela-nos que ele não lava as mãos quanto às leis romanas, que era muito específica quanto as condenações políticas e que estava a par da situação.
Algo ocorreu no mundo após aquele dia.

A história Se dividiu.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. JC., é uma compilação dos jesuses existente naquele período , independente , de antes , ou depois da era cristã , tendo um , chamado de O nazareno , que dizem ter sido apedrejado , mas o mesmo ,também é dito por pesquisadores , que conduziu os seus seguidores , a uma tentativa de revolta contra Roma , e sendo pregado na estaca de tortura ...

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